terça-feira, 25 de junho de 2013

Um Continente em Ebulição

Lucas Jr. (*)

Desde a invasão europeia no Século XV a América do Sul respira, finalmente, a liberdade democrática. Anos de domínio imperialista foram golpeados por uma sequência de vitórias eleitorais de forças representativas dos trabalhadores, do povo que jamais desistiu de sonhar.

José Martí
O recente massacre das urnas sufragado pelos equatorianos desencadeou a constatação de que o continente vive uma ebulição, da qual acende, sob os sentidos mais salutares, a chama da esperança dos latinos. Pois Correa se expressa em Humala, que respeitou Chávez, que foi fiel a Fidel e a Martí.

Cruzadas surgidas nos primórdios dos movimentos indianistas, na década de 20, marcada pela dor e por dezenas de anos em luta contra o imperialismo, abortaram os planos dos americanos de dominarem a Amazônia e tornarem suas terras meras colônias de apoio ao mercantilismo covarde e elitista. Um povo que se levantou lutou pelas suas causas.

Presidente do Equador
Durante esses anos o Brasil se entregou ao poderio estrangeiro em troca do fortalecimento das forças armadas e do coronelismo, estagnando por completo os avanços sociais e evidenciando as distorções entre as classes. Vimos riquezas da Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai sendo extorquidas sob as bênçãos do militarismo, pelos agentes dos ianques golpistas, que usurparam nossos bens e as nossas liberdades.

Mas a resposta veio com o povo nas ruas, em memoráveis passeatas em choque contra a alienação e estupidez do capitalismo. Toda a América do Sul levantou voz pelo direito ao voto direto, por mais educação, saúde e desenvolvimento. E Cuba, que ainda vive a Revolução, também soube preparar sua gente para tal, caminhando para a irrestrita democracia, tão cobrada pela mídia capitalista. Sabemos, pois, que a Ilha é, social e culturalmente, a mais liberta dos países latino-americanos.

Ex e atual Presidente da Venezuela
(imagem de Bolívar)
Ao mesmo tempo, durante seus doze anos de governo, o presidente Hugo Chávez conclamou , em discursos e práticas aplausíveis, os venezuelanos à luta por uma sociedade mais igualitária, resultando na inveja e ódio das raposas elitizadas. Suas marchas de milhões em vermelho mostraram o caminho, a estrada das igualdades. Mas o comandante foi chamado para nova missão, agora no além. Às lágrimas, a Nação, em nova eleição sob forte influência capitalista, mostrou que jamais abandonará sua bandeira.

E o Chile, respirando democracia, vai e vem e troca seus presidentes, em resposta aos governos em deslizes. O Uruguai é comandado por um comunista popular que anda num Fusca, carismático apoiador das causas revolucionárias do continente. A Argentina possui uma história rica, na qual o peronismo se moderniza e, cada vez mais popular, apavora a imprensa dos ricos e aproxima as classes.

Presidentes da Argentina, Brasil e Uruguai
Popularidade que é a ferramenta maior de Dilma Rousseff. O Brasil, que de fato elimina a miséria, mas que precisa vencer a corrupção para evidenciar seu foco, o social. Como a saúde, que carece de avanços. Os desafios são muitos, urgem mudanças nas Leis, reformas, daí essas manifestações populares atuais que de princípio tinha como fato a exploração de tarifas de ônibus, mas que expandiu e abriu espaços aos conhecidos golpistas responsáveis pelo terror ocorrido nos últimos dias. A Presidente, porém, respondeu precisando o diálogo e condenando os atos manipulados que geraram badernas.

1º de Maio - Havana/Cuba
Enfim, nossa Pátria Verde e Amarela precisa de um empurrão, pois apoio é que não falta, o apoio dessa gente que nunca parou de lutar, dessa gente socialista.

(*) o artigo de Joaquim Lucas Jr. foi publicado paralelamente no Jornal Nossa Voz, da AFBNB, jun/2013

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